13 de julho-Dia Nacional dos Cantores e Compositores Sertanejos
13 de julho
Dia Nacional dos Cantores e Compositores
Sertanejos
A viola, instrumento de cordas parecido com o violão na forma e na
sonoridade, foi trazida para o Brasil pelos jesuítas para fazer parte da
orquestra típica de catequese. Portanto, as raízes do ritmo rural estão no
início de nossa colonização.
Chamada "moda de viola", a música
sertaneja fazia parte apenas da vida do peão de boiadeiro, do tropeiro e da
vida solitária do sertanejo, que tinha um pouco de tristeza, melancolia e
mistério. Aos poucos, esse estilo musical passou a animar os bailes populares
brasileiros, de norte a sul.
A música sertaneja popular só apareceu no Brasil
no século XVIII, como expressão cultural das populações das cidades coloniais
do Rio de Janeiro e de Salvador. Com grande variedade de gêneros e ritmos
regionais, essa música reflete a diversidade cultural do país. Desde a sua
origem, mistura elementos da canção folclórica e erudita, incorpora e
transforma ritmos estrangeiros.
Por isso, todas as composições desse período têm
autor desconhecido.
A partir do início do século XIX, os
compositores-cantores ganharam destaque.
Surgiu Chiquinha Gonzaga e Viriato Correia, dentre
outros. Catulo da Paixão Cearense, poeta e compositor conseguiu, com sua música
"Luar do sertão", transportar para a cidade a visão do mundo do sertanejo.
Em 1910, o folclorista, jornalista, poeta, cantor
e escritor Cornélio Pires financiou e gravou o primeiro disco de música
caipira, mobilizando cantores e compositores para divulgarem nas cidades a moda
da viola. A partir de 1920, começaram a aparecer as primeiras duplas
sertanejas, destacando-se a de Jararaca e Ratinho, em 1927. O estilo do
interior paulista fez sucesso com a Turma Caipira de Cornélio Pires, formada
por cantores e violeiros, em 1929.
A participação do rádio brasileiro como o único veículo
de informação para todo o interior brasileiro popularizou as conhecidas duplas
Alvarenga e Ranchinho, Tonico e Tinoco, e outras.
A nova música sertaneja assumiu a era da
globalização entre as décadas de 1970 e 1980, em que valia tudo, principalmente
o lucro das gravadoras. As chamadas "duplas caipiras" buscaram uma
nova imagem que fosse a mistura de hábitos e costumes da pessoa que havia
deixado o campo e tentava se adaptar à modernidade das grandes cidades,
seguindo a tendência mundial do country americano.
Contudo, a música sertaneja resistiu. A criação do
programa Som Brasil, da Rede Globo de Televisão, apresentado pelo violeiro e
cantador Rolando Boldrin, foi muito importante nesse momento. Foi também
marcante a presença do cantor e compositor Renato Teixeira; com a música
Romaria, se fez um elo entre o sertão e a cidade. De fundamental importância
para esse resgate foi também a dupla Pena Branca e Xavantinho, que jamais
abandonou a sua verdadeira origem caipira.
Hoje, mais do que nunca, estão se fortalecendo
pelo país movimentos de preservação da identidade cultural por meio da música
sertaneja, mediante compositores e cantores como Helena Meireles, Chico Lobo,
Paçoca, Zé Mulato e Cassiano, mestre Renato Andrade, Ivan Vilela, Téo Azevedo,
Jackson Antunes, Almir Sater e Tião Carreiro.
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