A festa de Natal, para a qual a Igreja nos
prepara com a liturgia do advento, não é nenhum dia de romantismo sentimental,
mas sim a festa régia do Deus todo-poderoso, que contou o tempo e finalmente
vem redimir seu povo. Apesar de o messias se apresentar inicialmente na forma
de uma criança indefesa, Herodes o considerou suficientemente perigoso para
mobilizar contra ele o seu exército.
Ele é
o Cristo forte a quem foi dado todo o poder no céu e na terra, o Redentor por
quem, com ardente ânsia, os oprimidos esperam. Por isso, na véspera de Natal, a
Igreja proclama a mensagem alentadora: "Amanhã será varrida da terra a
iniqüidade!".
Existe muita injustiça na Terra. Injustiça
que cometemos e injustiça que sofremos. Injustiça como punição pela própria
incompetência e injustiça cometida sem motivo. Injustiça desencadeadora pelos
pecados dos nossos pais e injustiça causada pelo ódio à Igreja perseguida. Toda
esta injustiça será varrida do mundo por Cristo.
Isto não significa que nós possamos esperar
- como os judeus - um Messias político, ou ainda que devamos imaginar a
salvação como uma campanha de punição contra exploradores e ditadores. Tampouco
devemos esperar o senhor alguma reforma social que transforme a terra em
paraíso, Pois Cristo não é nenhum político, nenhum general e nenhum líder
sindical. Ele é o filho de Deus, que se fez homem para trazer às pessoas a vida
divina e que, conseqüentemente, nos chama a sermos perfeitos como perfeito é o
Pai celeste. Somente à medida que correspondemos a esta vocação, a injustiça
desaparecerá da Terra.
Somos pessoalmente responsáveis pela porção
do Reino de Deus que nós mesmos representamos. Somente quando Cristo for o
único fio condutor do nosso agir, quando fizermos o que ele fez e recusarmos o
que ele rejeitou, quando o seu amor por Deus e pelas pessoas irromper
irresistivelmente para fora através de nós, quando o Pai reconhecer em nós seu
Filho, quando pastores e reis, poderosos e oprimidos se ajoelharem atônitos de
alegria por descobrirem em nós o Redentor, só então Cristo nascerá nos dias de
hoje e em nós, e poderá haver paz na Terra.
Mas se não houver lugar para Cristo no
albergue do nosso coração, a injustiça após o Natal continuará tão grande como antes.
Fonte: www.aisbrasil.org.br
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