28 de janeiro
Dia Mundial do Hanseniano
O hanseniano é o portador da hanseníase, que
antigamente era chamada de "lepra", palavra que surgiu da tradução
para o grego da palavra tsara-ath, um termo hebreu para "degradação".
Era uma palavra utilizada desde os tempos da construção da pirâmide de Gizé, no
antigo Egito, há mais de seis mil anos. Os trabalhadores escravizados e
submetidos às duras condições do deserto ficavam expostos a diversas doenças,
principalmente as de pele. Os doentes, amedrontados, acabavam fugindo das
pirâmides e eram chamados de tsara-ath. Esse fenômeno de fuga pode ser
observado em muitos relatos, principalmente na Bíblia.
Assim, a palavra "lepra" designava toda
e qualquer doença de pele, como psoríase, eczema, vitiligo, sarna, micoses etc.
O grande preconceito, porém, recaía sobre os portadores de hanseníase, devido
aos efeitos devastadores da doença. Os hansenianos, estigmatizados,
freqüentemente eram abandonados pela família, expulsos das cidades e condenados
a viver no exílio. Não só a exclusão social, como também a fome causavam mais
mortes do que a própria doença.
A hanseníase tem esse nome em homenagem ao
cientista Gerhard Hansen (1841-1912), que, em 1873, descobriu o bacilo causador
da doença. Os principais sintomas são a atrofia nervosa, o surgimento de
manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, dormência, caroços nas orelhas
e queda de pêlos. O bacilo provoca a insensibilidade dos membros, fato que
coloca o portador em sério risco, visto que os ferimentos passam despercebidos,
e o doente deixa de tratá-los. Isso acaba causando putrefação e a conseqüente
perda da área afetada.
Dos quatro tipos de hanseníase existentes, somente
duas são transmissíveis. Mesmo assim, os portadores só podem transmiti-la
mediante contato íntimo e prolongado e, ainda, se estiverem sem tratamento. A
hanseníase não é hereditária nem sexualmente transmitida, mas pode atingir
qualquer pessoa. Contudo, tem cura!
O tratamento é muito simples e é efetuado em
qualquer posto de saúde. A cura pode levar de seis meses a dois anos. O
primeiro comprimido já impede que o doente; transmita a doença; em muitos
casos, as manchas e os caroços começam a sumir.
Em razão do preconceito e da falta de informação,
o Brasil é o segundo país do mundo em número de casos da doença, perdendo
somente para a Índia, em oposição aos países de Primeiro Mundo, que já
erradicaram esse mal.
É preciso ficar sempre atento ao aparecimento de
manchas pelo corpo, sobretudo aquelas insensíveis ao calor e à dor. Em caso de
dúvida, basta dirigir-se o mais depressa possível, sem nenhum constrangimento,
ao posto de saúde mais próximo, ou procurar um médico.
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