Quando se
fala em Anchieta, uma imagem vem à cabeça: do jesuíta escrevendo versos na
areia em homenagem à Virgem Maria. Mais que um poema, um pacto de fé.
em Portugal. Nos versos, Anchieta demonstra todo o
seu misticismo mariano e revela ser um lírico singular: divino e humano, sereno
e extasiado, íntimo e expansivo. O poema é uma espécie de meditação e diálogo
que mantém com a Virgem Maria para chegar a seu filho Jesus. O conteúdo pode
ser agrupado em cinco temas: a infância de Nossa Senhora, a encarnação do
verbo, a manifestação do Cristo por Maria, a infância de Jesus com a Mãe e
Paixão e Glória de Jesus e de Maria. Seu misticismo exaltado em sua aspiração
máxima – dar a vida por amor – transparece nos seguintes versos do poema:
Manda que, por Jesus, por seu nome divino,
derramando meu sangue, encerre meu destino!
Pois quem, por me remir, sofreu morte inclemente,
derramando seu sangue em liberal torrente,
sofrendo eu o martírio, e atroz morte curtindo,
por servo me conheça, una em amor infindo!...
Duas edições manuscritas da obra ainda existem, uma delas próximo à cidade natal de Anchieta. No Brasil, o poema foi considerado monumento pelo Arquivo Nacional, que o escolheu como uma das primeiras obras editadas.
Fonte: http://www.klickeducacao.com.br/materia/21/display/0,5912,POR-21-100-1314-3792,00.html
Entre os
tamoios. Assim que Mem de Sá
voltou para a Bahia, os franceses retomaram sua posição no Rio de Janeiro e
passaram a instigar os tamoios contra os portugueses. Para evitar a guerra,
Anchieta e o padre Manuel de Nóbrega foram a Iperoig, atual Ubatuba (litoral
norte de São Paulo), a fim de negociar a paz com os chefes indígenas. O acordo
demoraria meses e exigiria a volta de Nóbrega a São Vicente, ficando Anchieta
como refém. Sozinho, com dois protetores indígenas, em meio à hostilidade
crescente, Anchieta teria feito uma promessa à Virgem. Desse pacto de fé,
nasceu um poema em latim, louvando a mãe de Deus. Sem papel e tinta, utilizando
a areia da praia para compor e metrificar, Anchieta escreveu 5.785 versos e
decorou-os um a um. Dessa experiência, surgiu uma das mais belas imagens da
iconografia brasileira: Anchieta, sozinho, escrevendo nas areias da praia com
um galho.
Da
areia para o papel. Após sete meses com os
tamoios, a paz foi obtida com algumas tribos e Anchieta pôde retornar a São
Vicente. Ali, passou para o papel o poema que havia composto na areia. De Beata Virgine Dei Mater Maria,
ouPoema à Virgem, circulou em cópias manuscritas por muitos lugares,
antes de ser publicado, em 1650, Manda que, por Jesus, por seu nome divino,
derramando meu sangue, encerre meu destino!
Pois quem, por me remir, sofreu morte inclemente,
derramando seu sangue em liberal torrente,
sofrendo eu o martírio, e atroz morte curtindo,
por servo me conheça, una em amor infindo!...
Duas edições manuscritas da obra ainda existem, uma delas próximo à cidade natal de Anchieta. No Brasil, o poema foi considerado monumento pelo Arquivo Nacional, que o escolheu como uma das primeiras obras editadas.
Fonte: http://www.klickeducacao.com.br/materia/21/display/0,5912,POR-21-100-1314-3792,00.html
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